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Sindicato dos Bancários de Paranaguá

Real se consolida como pior moeda do mundo em 2020

02/10/2020
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(Por Célio Martins)

Depois de fechar setembro com desvalorização de 2,5% frente ao dólar, o real iniciou outubro em queda. Nos nove primeiros meses do ano, a moeda brasileira supera os 40% de baixa diante da norte-americana e se firma com o pior desempenho global de 2020. Em 2 de janeiro, o dólar estava cotado a R$ 4,02. Nesta quinta-feira (1), bateu um pico de R$ 5,66 no meio da tarde.

A moeda brasileira sofreu neste ano desvalorização maior que a lira turca, a segunda pior do mundo, que teve queda de quase 30% desde janeiro. O real perde também para o peso argentino, que vem derretendo há mais tempo e em 2020 teve desvalorização de 27,25%.

Vale ressaltar que, apesar das últimas altas, a cotação atual do dólar não é a maior registrada no ano. O recorde foi em maio, quando teve pico de R$ 5,83.


A perda de valor do real, da lira turca e do peso argentino vai na contramão do que ocorreu com países de moedas fortes em meio à pandemia. A cotação da moeda norte-americana recuou 4,33% diante do euro, 3,1% frente ao iene japonês e 4,8% na comparação com o franco suíço.

Um dos motivos que impediram o real de se se beneficiar do enfraquecimento global do dólar durante a pandemia, especialmente entre julho e setembro, é a preocupação com as finanças públicas brasileiras.

Algumas previsões apostam na continuidade da desvalorização do real. O Bank of America manifestou estar mais cauteloso com o real e alertou para volatilidade no curto prazo. A empresa Necton elevou a projeção do dólar para o fim deste ano para R$ 6.

Real lidera a desvalorização

Real (Brasil)---------40,11%    
Lira (Turquia)-------29,69%    
Peso (Argentina)---27,25%    
Rublo (Rússia)------25,17%    
Peso (México)------16,77%    
Sol (Colômbia)-----16,44%        


Dados de 30/09/2020 Fontes: Refinitiv/Infomoney/Valor Econômico

As avaliações de agora repetem estimativas feitas em maio, quando o JPMorgan já projetava o dólar acima dos R$ 6. Na época, o Goldman Sachs previa que, em três meses, a moeda americana chegaria aos R$ 6.  Analistas do HSBC chegaram a prever R$ 6,20.

Essas projeções contrastam com a última estimativa divulgada pelo boletim Focus, no dia 28 de setembro. A expectativa do Focus para a cotação do dólar em relação ao real ao final de 2020 não mudou: espera-se uma taxa de R$ 5,25, a mesma da semana anterior. Para 2021, a projeção também não se alterou e está em R$ 5,00.

O boletim Focus Mercado, no entanto, aumentou a previsão de inflação de 1,99% para 2,05% em 2020. A expectativa é que a Selic encerre em 2% ao ano e para o fim de 2021, é que a taxa chegue a 2,5%. (Fonte: Gazeta do Povo)

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