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BB vai atender quem não tem conta no banco, revela Brandão

06/11/2020
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Novo presidente do Banco do Brasil pretende ampliar a oferta de produtos mais arriscados, até para quem não é correntista, para tornar a instituição mais rentável (Por Marina Barbosa)
   
Melhorar a experiência do cliente e aumentar a rentabilidade do Banco do Brasil (BB). Esses são os desafios do novo presidente da instituição, André Brandão. Para alcançar os objetivos, o executivo disse que pretende apostar em produtos mais arriscados, inclusive com a oferta de cartões, seguros e crédito consignado para quem não é cliente do Banco do Brasil. O BB tem, hoje, a menor rentabilidade entre os grandes bancos do país.

À frente do BB desde setembro, quando Rubem Novaes deixou a presidência da instituição, André Brandão falou sobre seus objetivos no comando do banco nesta quinta-feira (05/11), durante a apresentação dos resultados do terceiro trimestre do ano. De acordo com o balanço, o lucro líquido do BB caiu 23,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 3,5 bilhões, por conta dos efeitos da pandemia de covid-19.

Com isso, o retorno sobre o patrimônio líquido ficou em 12% no período. O indicador representa a rentabilidade da instituição e ficou abaixo do índice apresentado pelos demais grandes bancos brasileiros. Nessa temporada de resultados, o Bradesco apresentou um retorno sobre o patrimônio líquido de 15,2%. O Itaú, de 15,7%. E o Santander, de 21,1%. A Caixa ainda não divulgou o balanço do terceiro trimestre, mas, no trimestre anterior, apresentou rentabilidade de 12,1%.

André Brandão reconheceu que a rentabilidade do BB está "um pouco aquém do que poderíamos ter". Por isso, colocou o desafio de aumentar esse indicador na mesma altura da missão que foi delegada pelo seu antecessor: melhorar a experiência do cliente com base na tecnologia.

Em relação à rentabilidade, o plano de Brandão é arriscar em produtos mais agressivos e em áreas que ainda ocupam uma parcela pequena da carteira do BB, mas que podem trazer bons retornos. Ele explicou que, hoje, o balanço é sólido o suficiente para que a instituição teste novos apetites de risco. Por isso, pretende atender até quem não é cliente do banco com produtos como cartões, crédito consignado e seguros. "Queremos abrir uma brecha para expandir um pouco mais e tentar rentabilizar", afirmou Brandão.

Outra frente de ampliação de receitas deve ser a diversificação da carteira de crédito que, segundo o dirigente, ainda é muito conservadora. "Temos uma parcela muito grande de consignado, que vamos manter. Mas precisamos começar a melhorar esse mix", disse. Uma das frentes de ação, de acordo com o executivo, será ampliar o crédito pessoal não consignado e diversificar o crédito agropecuário. "Não quero ver a gente perder mais market share nesse setor (agropecuário)", afirmou.

Já na área de melhorar experiência dos clientes, o trabalho passa pela ampliação dos investimentos em tecnologia e pela realização de parcerias que permitam oferecer produtos melhores. Segundo Brandão, são essas parcerias que devem facilitar, por exemplo, o atendimento dos não-correntistas. Ele indicou ainda que o BB não pensa em vender a participação na empresa de maquininhas de cartão Cielo. E aproveitou a oportunidade para frisar que nem tudo passa pela venda de ativos, algo que preocupa os bancários.

Segundo o executivo, só será vendido o que não faz parte do "core" do banco. Para melhorar o balanço, contudo, o BB continua com o plano de reduzir as despesas com pessoal. Por outro lado, Brandão admite que o banco ainda pode ter que fazer provisões contra devedores duvidosos, já que a inadimplência deve voltar a crescer nos próximos meses, com o fim de programas emergenciais lançados na pandemia de covid-19, como a prorrogação de parcelas de financiamentos.

Segundo o balanço do BB, as provisões já cresceram 47,9% em 2020, somando R$ 16,9 bilhões entre janeiro e setembro. Esse é um dos fatores que vem pressionando o lucro líquido do BB, ao lado da redução das receitas de serviços, que caíram 1,8% no ano devido à pandemia e também por conta da queda da taxa básica de juros (Selic). (Fonte: Correio Braziliense)

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