O resultado de setembro marca o retorno do saldo acima de 200 mil postos, mas representa queda em relação a 2024 (Por Luísa Carvalho)O Brasil gerou 213 mil empregos formais em setembro de 2025, foram mais de 2,29 milhões de admissões, contra quase 2,08 milhões de desligamentos em todo o país. O resultado de setembro marca o retorno do saldo acima de 200 mil postos, patamar que não era alcançado desde abril, quando foram criados 237 mil empregos. Mas o número representa uma queda de 15% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando foram abertas 252 mil vagas.
No acumulado de janeiro a setembro, o país registrou 1,7 milhão de novos empregos, contra 2 milhões no mesmo período de 2024, uma redução de 14%. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Novo Caged, e foram divulgados nesta quinta-feira (30/10).
Em coletiva, após a apresentação dos dados, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que os números de setembro superaram as projeções do mercado, que esperavam até 175 mil novas vagas, mas que o patamar já era previsto pelo governo. “O número não é novidade dentro do panorama do ritmo que a economia vem se comportando. Apesar dos juros altos”, disse
O setor de serviços foi o maior gerador de postos de trabalho, com 106 mil vagas, um aumento de 0,5%. Os demais também tiveram saldo positivo e a Construção Civil ficou com o maior crescimento percentual (0,8%): foram criados 23,8 mil postos de trabalho.
Marinho atribuiu o desempenho do setor à política habitacional do governo. "A Construção é resultado da política Minha Casa, Minha Vida. O governo tem trabalhado bastante isso para suprir a deficiência habitacional no país, e com grande esforço do Fundo de Garantia em financiar, e não somente financiar, mas puxar os juros para baixo, a partir dos subsídios oferecidos pelo governo”, disse.
Nos outros setores, os números foram os seguintes: Indústria com 43 mil vagas, variação positiva de 0,47%, seguida pelo Comércio (36.280 ou 0,3%) e Agropecuária (+3.167 ou 0,17%).
O ministro disse também que queda do número de empregos formais entre outubro do ano passado e setembro deste ano sinaliza uma desaceleração na economia que deveria ser “olhada com mais atenção” pelo Banco Central, em uma referência à redução da taxa básica de juros, a 15%.
Salário médio caiO salário médio real de admissão em setembro de 2025 foi de R$ 2.286,34, registrando uma redução de R$ 20,61 em comparação com o mês anterior. Entre os trabalhadores típicos, aqueles com contrato formal e estável, o salário médio foi de R$ 2.332,47. Já entre os não típicos, como temporários e aprendizes, a média salarial foi de R$ 1.949,35, pouco maior que o salário mínimo (R$ 1.518).
Em setembro de 2025, todas as 27 unidades da Federação apresentaram crescimento no número de empregos formais. Os maiores saldos absolutos foram observados em São Paulo, com 49.052 novas vagas, seguido por Rio de Janeiro (16.009) e Pernambuco (15.602). Quando considerada a variação proporcional, os destaques foram Alagoas, com avanço de 3%, Sergipe (+1,7%) e Paraíba (+1,1%). As menores altas ocorreram em Roraima (+295 vagas, ou +0,35%), Amapá (+735, ou +0,72%) e Acre (+845, ou +0,73%).
Do total de empregos criados, 78,9% correspondem a vínculos típicos. Os outros 21,1% são classificados como atípicos, com destaque para ocupações de até 30 horas semanais (+27.527) e para aprendizes (+15.357).
O saldo positivo foi mais expressivo entre os homens, que responderam por 117.145 novas vagas, enquanto as mulheres registraram 95.857. Jovens de 18 a 24 anos (+110.953) e adolescentes de até 17 anos (+31.105) concentraram a maior parte das contratações, representando cerca de dois terços dos novos postos criados no mês. (Fonte: Jota)
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